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Processo de projeto

O desenvolvimento de um Projeto de Arquitetura parte da consideração dos interesses dos clientes, como os usos desejáveis para o espaço projetado, seus gostos, suas necessidades e suas referências projetuais.

Em paralelo, são identificados os condicionantes do projeto: as características do local, aspectos bio-climáticos, construções pré-existentes, os materiais já empregados, todos os usuários futuros, entre outros.

São intensamente estudados os aspectos ambientais, paisagísticos, urbanísticos, históricos, culturais e legais, assim como as técnicas disponíveis, já consolidadas no mercado ou inovadoras, com atenção aos custos e visando retorno do investimento.

Elaboração do conceito do projeto, identificando a tipologia da construção com sua locação no terreno, apresentando o layout da casa, com a distribuição dos ambientes, através de plantas humanizadas, cortes e perspectivas, além de especificação preliminar dos acabamentos, possibilitando um estudo de aproveitamento e viabilidade econômica do projeto.

Esta fase corresponde a, aproximadamente, 20% de um Projeto de Arquitetura completo.

 

Desenhos complementares:

Plantas de Levantamento - São desenvolvidas na fase do Estudo Preliminar e são utilizadas para fundamentar o desenvolvimento de todo o projeto.

O objetivo dessa investigação exaustiva é que todas as questões relevantes sejam previamente pensadas e visualizadas pelos projetistas, arquitetos e engenheiros, de forma colaborativa, para que, na obra, seja minimizada a ocorrência de problemas ou dificuldades que impeçam a execução do projeto como se deseja, além de se otimizar o processo e evitar desperdícios de todo gênero.

A participação do cliente no processo de projeto é fundamental para um projeto que atenda às suas demandas.

O Projeto de Arquitetura é dividido em fases, onde cada aspecto da obra é considerado no momento adequado, dependendo da dimensão e influência sobre o projeto. Tais fases são conforme abaixo, nesta sequência:

Com plantas baixas, cortes e fachadas, dentro dos padrões construtivos adequados, possibilitando aos projetistas colaboradores o lançamento da estrutura e das diversas instalações prediais.

Nesta fase serão definidas as características do projeto, cabendo considerar todas as alterações necessárias até que se defina o Anteprojeto. Serão apresentadas plantas e croquis para que as ideias possam ser compreendidas e analisadas. Nesta fase serão feitas as consultas técnicas necessárias para a viabilização do projeto e definição dos materiais principais.

Esta fase corresponde a 20% de um Projeto de Arquitetura completo.

Contendo plantas baixas, cortes da edificação e fachadas, indicando os elementos que forem relevantes à construção, tais como pilares, vigas, prumadas e pontos de água, esgoto, elétrica, telefonia, ventilação, ar condicionado e aquecimento, indicação de revestimentos, paginação de pisos e azulejos, possibilitando perfeita compreensão pelo construtor e sua fiel execução.

Compreende ainda o desenvolvimento de detalhes arquitetônicos, em escala conveniente à compreensão, de ambientes, esquadrias, acabamentos, banheiros, armários e o que mais se mostrar necessário à correta execução do projeto.

Esta fase corresponde a 50% de um Projeto de Arquitetura completo.

 

Desenhos complementares:

Plantas de As Built - São desenvolvidas visando o registro da obra final, atualizando as plantas conforme alterações ocorridas durante a obra.

Contendo planta de situação, plantas baixas, cortes e fachadas dentro dos padrões construtivos e coerente com a legislação municipal, trata-se de um conjunto de documentos que possibilite a aprovação do empreendimento junto à prefeitura e a outros órgãos e concessionárias de serviço público.

Quando existente, esta fase corresponde a 10% de um Projeto de Arquitetura completo.

O Projeto de Arquitetura e suas fases

Conforto Ambiental, Eficiência Energética e Sustentabilidade

Um empreendimento é dito “sustentável" quando todo o processo, não só o resultado (p. ex., a casa construída), tem por base conceitos sustentáveis, desde o projeto à entrega das chaves, passando pela execução.

Empreendimentos sustentáveis têm, por pré-condição:

  • A qualidade (atingindo níveis de excelência);

  • A formalidade (legalidade, relações formais com empregados e fornecedores,...); e

  • A inovação (novas tecnologias na cadeia produtiva).

Seguem, abaixo, algumas técnicas possíveis (e acessíveis) de serem implementadas na casa. Muitas estão interligadas entre si:

Há boas opções no mercado. Madeiras de reflorestamento são um exemplo. Placas cimentícias permitem uma obra mais limpa, gerando menos resíduos;

O projeto de arquitetura pode prover soluções para o conforto térmico, posicionando a construção conforme a orientação solar e dos ventos, fazendo uso de vegetação ao redor e escolhendo os materiais e acabamentos da envoltória (casca) e do interior. Uma casa bem ventilada reduz a proliferação de mofo, trazendo saúde, e dispensa o uso de ar condicionado na maior parte do ano, o que contribui para um menor consumo de energia elétrica. O uso de alguns softwares permite o cálculo de carga témica nos ambientes, o que ajuda no projeto do ar condicionado;

Podendo ser para fins não-potáveis (como irrigação, vasos sanitários e lavagem de carros, roupas e pisos) ou para fins potáveis (higiene pessoal e beber). A qualidade da água depende de rigorosa manutenção dos reservatórios e dos equipamentos;

O projeto de arquitetura pode prover soluções para o aproveitamento da iluminação natural, proveniente do Sol ou da calota celeste, ao fazer uso de janelas, fenestrações, light-shelves (prateleiras de luz), etc., levando a um menor consumo de energia elétrica para iluminação. Deve-se ter cuidado para não elevar a necessidade do uso de ar condicionado decorrente do ganho de calor. O uso de alguns softwares permite o cálculo de luminosidade nos ambientes, permitindo a escolha das técnicas de iluminação mais adequadas;

Para reutilizar a água na edificação, é necessário fazer uso de ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) e/ou ETA (Estação de Tratamento de Água);

De forte aspecto estético, permite o ganho de considerável conforto térmico nos ambientes sob o telhado verde, havendo temperatura mais baixa nos dias quentes e mais alta nas noites frias, quando comparado com telhados cerâmicos e lajes. Pede atenção quanto à impermeabilização e sua manutenção. Como a água da chuva fica retida no solo da cobertura, menos água é captada para aproveitamento na casa;

A água passa por dentro de placas solares, que ficam expostas ao sol e se aquecem, e é armazenada num boiler. A água quente pode ser utilizada para a higiene pessoal e também para o aquecimento da casa nos dias frios. Se comparado com o aquecimento a gás, permite retorno do investimento em mais ou menos um ano. Se comparado com o aquecimento a base de energia elétrica, o retorno do investimento pode ocorrer em pouquíssimos meses;

O tema é relacionado tanto com a gestão da obra como com o uso pós-ocupação. O projeto colabora ao considerar materiais que gerem menos resíduos em ambas as fases.

Uso de placas fotovoltaicas para a geração de energia elétrica. Com as altas taxas do fornecimento de energia cobradas pelas concessionárias, é possível de se ter um bom retorno do investimento e, depois, economia.

Âncora 1
Âncora 2

Projetos de arquitetura sustentável são aqueles que procuram incorporar o conceito de sustentabilidade ao dia-a-dia da cadeia produtiva da indústria da construção, refletindo no desenvolvimento econômico, social e ambiental em âmbito local, regional, nacional e mundial. Sendo o setor da construção um grande consumidor de recursos naturais e energéticos e gerador de resíduos, no momento que se exige o atendimento de premissas sustentáveis por parte da própria empresa e de suas contratadas e sub-contratadas, se difunde boas práticas para todos os que se relacionam com a empresa direta ou indiretamente: sociedade, empresas e governos.

O conceito amplo de "eco-eficiência" compreende alguns princípios básicos:

  • Redução da utilização de matérias primas;

  • Redução da utilização de energia;

  • Redução da produção de resíduos;

  • Aumento da durabilidade de produtos;

  • Aumento da utilização de materiais recicláveis e reciclados;

  • Aumento da utilização de recursos renováveis; e

  • Aumento da qualidade dos produtos e serviços.

Para a obtenção de um projeto de edificação sustentável e eco-eficiente, estes princípios deverão ser incorporados ao projeto desde a sua concepção e aplicados em todas as fases do empreendimento, do estudo conceitual ao descomissionamento, incluindo as etapas de projeto executivo e construção.

Observa-se que as fases de concepção e planejamento têm os menores custos e as maiores possibilidades de intervenção com foco na sustentabilidade. E é nestas etapas que se deve escolher o nível de eco-eficiência que se deseja alcançar, tomando decisões com base nos custos da implementação das técnicas e nos resultados que as mesmas podem propiciar ao empreendimento, durante a execução da obra e também durante o seu uso.

Os custos do projeto e da construção de empreendimentos sustentáveis, de acordo com estudiosos e profissionais do ramo no Brasil, chegam somente a 5% ou 10% a mais do que um projeto sem essas considerações. Nos EUA, em função do alto nível de padronização dos materiais, o empreendimento sustentável pode chegar a um custo 3% menor.

Isso sem considerar os ganhos indiretos, como a redução do consumo energético do edifício após a obra, ou o ganho de qualidade no local de trabalho ou habitação, além de diversas outras considerações.

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